quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Corrente pró-Serra

O sr Serra diz em debate na televisão que criará a décima terceira parcela do bolsa-família. Segundo ele, todos os agentes econômicos assalariados têm este direito, o que não é verdade. Os bolsistas de pós-graduação e pesquisa não recebem este benefício, assim como não têm direito a férias ou incluir a o tempo de formação como tempo de serviço para a previdência social. Talvez seja o caso dos bolsistas de pós-graduação e pesquisa se unirem aos beneficiários do bolsa-família para apoiarem Serra numa frente única.

domingo, 19 de setembro de 2010

Pior não fica

Alguns políticos e "autoridades" têm se manisfestado contra a candidatura do palhaço Tiririca à câmara federal. Dizem que Tiririca e outros candidatos cacarecos diminuem a credibilidade do processo eleitoral. Uma destas pessoas é o sr Paulo Skaf, candidato ao governo estadual paulista. Porém, é possível levar a sério a candidatura de um grande empresário por um partido socialista? Ao menos a candidatura de Tiririca é honesta e admite a que veio, além de ser útil para demonstrar a irrelevância do ofício político. Estes senhores devem satisfações a quem financia suas campanhas, e não a quem digita seu número nas urnas. Sendo assim, tanto faz o Tiririca ou o sr. Skaf. Além do mais, outros exemplos podem ser citados em prol de Tiririca. O sr Eduardo Suplicy, que ostenta os graus de doutor em economia e professor universitário não sentiu qualquer remorso em cantar o rap "o homem na estrada" no congresso e nem de "recomendar fortemente" o voto na Mulher Pêra. Então, já que todos os políticos são parlhaços de fato, por que recusar os palhaços de direito?

Treze Certezas 1

1. O fim da miséria

A suposta saída de 24 milhões de brasileiros da pobreza absoluta e a entrada de outros 31 milhões na classe média parecem algo bastante impressionante. Sem discutir a veracidade dos números ou dos critérios, que podem mudar a classe social de milhões sem qualquer mudança de renda, cabe pensar tanto no custo como na estabilidade deste suposto progresso.

Se os tais 24 milhões de ex-miseráveis retornarem à situação anterior se a bolsa que os beneficiou acabar, então é sinal de que a estrutura social que criou estes miseráveis permanece intacta. Apenas o governo federal passou a sustentar materialmente um grupo de pessoas que permanece excluído da sociedade. Por outro lado, qual o custo deste mecanismo? Os impostos que geram as receitas de programas sociais pesam proporcionalmente mais sobre as classes média e baixa que nas classes altas. Isto é explicado pelos impostos indiretos que incidem sobre o consumo. Quem gasta mais da sua renda para se alimentar proporcionalmente gasta mais de sua renda em impostos sobre alimentos. Isto vale para tudo o que se consome. Além disso, quem ganha mais aplica o seu excedente, por exemplo, em títulos do governo, que lhes paga mais em juros do que investe em programas sociais. Assim, a euforia da mudança de classe é na verdade uma ilusão. Apesar da necessidade de reduzir a pobreza, isto na verdade se deu custeado principalmente pelos próprios cidadãos pobres e de classe média. Os maiores bebeficiários do suposto "fim da miséria" estão nas classes altas, que aumentaram os seus ganhos pelo crescimento econômico e atingiram uma situação politicamente estável pela pequena melhora de renda nas classes baixas.

Dito de outra forma, o "fim da miséria" é na realidade um mecanismo de perpetuação da desigualdade de renda. A situação econômica mundial que permitiu o ganho absoluto de renda de todos manteve as diferenças relativas. Esta estrutura deformada não foi tocada no governo do sr. Lula, não será no provável governo da sra. Roussef e nem no remoto governo do sr. Serra. Como não há nenhuma razão para crer que algo mudará no futuro, o "fim da miséria" de Lula e Dilma é a miséria do fim das esperanças e a certeza de que o Brasil mudou completamente para continuar exatamente o mesmo.