sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vladimir Safatle: discurso pró-Serra em ato pró-Dilma

Num ato suprapartidário pró-Dilma Roussef, vemos o discurso de um certo Vladimir Safatle, professor do Depto de Filosofia da FFLCH-USP. No início ele afirma que a inteligência política exige a capacidade de enxergar pequenas diferenças. Ou seja, conclui-se que quem não é capaz de ver diferenças entre Dilma e Serra por elas serem quase microscópicas, não é inteligente.

Depois o mesmo senhor diz que Serra fez alianças com "a fina flor do pensamento de direita", um eleitorado forte, articulado e reacionário. E quem seriam estas pessoas? o douto professor não diz. Ou seja, primeiro ele afirma que quem não é capaz de enxergar diferenças não é inteligente. Depois ele mesmo é incapaz de apontar quem são e quais as diferenças dos que fazem críticas à pseudo-esquerda do PT. Nem precisamos nos esforçar para ver de maneira clara a estupidez deste homem.

FHC, retrato de um facassado

Interessante a matéria "o andarilho", publicada na revista Piauí de 2007 e assinada por João Moreira Salles sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No texto é narrado o cotidiano de FHC como palestrante internacional. A sua rotina se resume a enfadonhas conversas com acadêmicos, ex-políticos e jornalistas. Um retrato decadente e incoerente. A decadência se manifesta na busca quase irracional por duas coisas: dinheiro e evidência.

Vejamos a primeira delas, o dinheiro. Fernando Henrique Cardoso é aposentado da USP, teve mandatos políticos em que nunca punha a mão no bolso para qualquer despesa, logo permitiriam a total economia de recursos. Provavelmente também recebe pensão referente a estes cargos. Mesmo assim, se queixa da falta de dinheiro e atribui a isto a aceitação de um obscuro cargo na desconhecida universidade americana de Brown. Quais seriam as suas despesas? Talvez o luxo e a ostentação lhe façam falta, mas certamente a falsa preocupação com a própria subsistência o torna uma figura desprezível. Também aparece a irritação com o fato de ter-se tornado alguém totalmente irrelevante. "Adoro falar de mim", ele diz lá pelas tantas. A falta de quem o ouça com algum interesse verdadeiro o aborrece.

A outra característica que salta aos olhos é a sua incoerência. E esta incoerência está relacionada também ao dinheiro. Vejamos dois excertos, o primeiro:

"Dentre amigos e colaboradores, é imensa a admiração intelectual por Pérsio Arida e André Lara Resende. Lamenta que tenham se retirado da vida pública e deixado de produzir: "Não deviam ter parado tão cedo. É que existe essa mania de ganhar dinheiro. Ganharam, e agora não sabem o que fazer. "

E o segundo, uma resposta a um certo Daniel Ferrante, fĩsico brasileiro que trabalha nos EUA e quer retornar ao Brasil. Ferrante pergunta a FHC se existe um projeto de nação no Brasil. Ele responde:

"Um projeto de nação...", FHC começou. "A pergunta pressupõe que exista um centro decisório, alguém que planeja. Não há mais. O Brasil é um dos últimos países a ter Ministério do Planejamento; na América Latina, acabaram todos. É um dos efeitos do neoliberalismo. Dito isso, acho que tem lugar para você lá. Agora, você vai ganhar pouco..."

Ou seja, uma hora o sr FHC diz a homens ricos que não deveriam se preocupar somente em ganhar dinheiro, a um idealista ele responde que ele vai ser pobre se perseverar em seus ideais. A incompetência deste homem em responder a estas questões é uma evidência do seu completo fracasso, e são também uma explicação da mediocridade que ele diz encontrar no Brasil, mas que não acredita existir em si mesmo, por mais evidente que ela seja.

sábado, 2 de outubro de 2010

Lula e a burrice

o sr Lula classificou como "burrice" os protestos de rua que abalaram o governo do sr. Correa, presidente do Equador. Para Lula, nada justifica a violência contra um presidente democraticamente eleito. Bem, quais as razões da agitação no Equador? a redução de benefícios recebidos por policiais. Não vou questionar a se tal medida é justa ou não. O que discuto é a forma, e não o conteúdo. A maneira como Correa procedeu é violenta, mas Lula acha que a vítima da violência tem que dialogar. Exige-se que a vítima sente-se à mesa e discuta calmamente com quem, fora desta situação, não respeita qualquer regra de civilidade. Ou seja, quem está empossado num cargo pode valer-se de expedientes que são proibidos para quem é vítima de tais atos. É uma declaração coerente com muitas outras de Lula e que deixam claro o autoritarismo de suas concepções. Alguns podem mais que outros, são mais importantes, merecem ganhar mais, etc, etc. E ainda tem gente que acha que alguma coisa mudou em 16 anos de FHC-Lula.