quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Truque da Elite

O filme Tropa de Elite 2 levanta algumas questões interessantes. Uma é a crítica ao serviço de segurança pública prestado pela polícia militar no Rio de Janeiro. O filme propõe que o batalhão de elite do BOPE pode estar prestando um serviço ao eliminar lideranças do tráfico em bairros pobres, pois estes seria substituídos por policiais corruptos que venderiam a segurança à população. É uma hipótese.

Por outro lado, o que salta aos olhos são as velhas arapucas intelectuais que aprisiona as mentes brasileiras. Uma é a necessidade de um salvador da pátria. No caso de tropa de elite 2, o cel. Nascimento assume este papel para unir os grupos de direitos humanos com a polícia. Outro conhecido atoleiro onde Padilha se mete são os conceitos vagos. O cel. Nascimento entra para a burocracia da segurança pública e afirma estar no centro do "sistema". Que sistema seria este? seria o sistema de segurança pública? não. Esta palavra frequenta o vocabulário de mentes simplificadoras de problemas. O sistema é tudo o que quem a emprega é incapaz de entender. Cria-se um conceito para assumir um papel de demônio no maniqueísmo habitual. O sistema tem que ser mudado, o herói criado é indispensável para a derrocada do tal "sistema". Existe uma interdependência entre estes dois conceitos, e no filme de Padilha a velha mania está patente.

Cinematograficamente, os pressupostos da fórmula hollywoodiana estão satisfeitos: uma solução milagrosa para uma falsa polêmica criada no âmbito de um problema difícil, mais uma certa dose de emotividade, que no caso do filme é dado por problemas pessoais do coronel com seu filho. Não admira que tenha alcançado o sucesso de público que teve.

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