segunda-feira, 8 de junho de 2009

Haddad e Souza: farinha do mesmo saco

No sítio

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,professor-nao-vai-concorrer-em-desigualdade--diz-haddad-em-debate,384267,0.shtm

podemos encontrar uma entrevista dupla dos srs. Paulo Renato Souza, secretário de educação do estado de SP e Fernando Haddad, ministro da educação.

Segundo Haddad, os professores têm salários 61% em média inferiores a outros profissionais de mesma formação. O ministro poderia nos dar valores absolutos, ou seja, os valores dos salários. Também por região ou estado este valor certamente varia bastante, assim como em função do tempo de trabalho os professores recebem cada vez menos.

O sr. Haddad deveria fazer a comparação dentro dos salários pagos pelo próprio governo, onde as diferenças são muito maiores. Por exemplo: professor de universidade federal detentor do título de doutor ganha algo como R$6500 no ingresso na profissão. Muitos profissionais do governo como juízes, delegados da polícia federal, promotores, analistas da receita federal, etc, recebem salários muito superiores a este, mesmo tendo cerca de cinco anos a menos de instrução necessários ao curso. Os professores universitários chegam a ganhar um terço do que ganham alguns destes profissionais. Ou seja, estamos comparando com os professores universitários. Se a comparação for feita entre juízes e professores de ensino básico, esta diferença será de quase vinte vezes. Não existe explicação para esta diferença, mas o ministro Haddad prefere fugir deste fato e e compara salários de professores de escola pública com médias salariais de empresas privadas esquecendo-se que os professores não recebem praticamente nenhum tipo de benefício. Ou seja, o sr. Haddad age de maneira absolutamente antiética ao manipular dados para justificar o injustificável.

O srs. Fernando Haddad e Paulo Renato Souza não dizem, mas o entendimento é claro: as instâncias governamentais não aumentarão os salários dos docentes. O objetivo destes senhores é aumentar a quantidade de professores formados e aumentar o número de profissionais à disposição do mercado. Depois de formados, sem outra escolha, a maioria deles se sujetará a salários aviltantes e ao desrespeito da sociedade e dos governos para com esta atividade.

Sem comentários:

Enviar um comentário