quinta-feira, 4 de junho de 2009

Serra vai à educação

No final do texto abaixo, obtido no UOL em 3/6/09, o sr. José Serra, governador de São Paulo, diz que muito foi feito em relação à estrutura das escolas, mas pouco se avançou no aprendizado. Bem, qual a relação de uma coisa com a outra? Se ele estava falando dos prédios, nem uma inteligência como a do excelentíssimo governador não perceberia que inexiste qualquer relação entre estrutura predial e aprendizado. Se ele fala de medidas administrativas, tampouco é possível enxergar qualquer relação. Que medida administrativa ele sugeriria para um pai cujo filho tem um desempenho escolar insatisfatório? Sejamos diretos: qual medida objetiva foi adotada para melhorar o ensino? Aparentemente, nenhuma.

Para esclarecer, Serra diz que suas medidas estruturais não surtiram efeito por causa do corporativismo e da formação pedagógica inadequada dos docentes. Quanto ao suposto corporativismo, quais suas ações e seus efeitos? Não conheço nenhum corporativismo metodológico que resulte no baixo aprendizado. Creio que o sr. Serra poderia ser mais claro. As faculdades de pedagogia seguem o que está previso nas diretrizes curriculares do MEC. Cabe ao sr. Serra e ao seu secretário de governo da Educação dizerem claramente o que os professores aprendem nas faculdades que os impede de ensinar a contento.

Ao invés de responder às questões formulou, o sr. Serra diz o que fará: irá "trazer do futuro para o presente os cursos de aperfeiçoamento, com um exame". Talvez a viagem no tempo já tenha sido inventada e não me avisaram, e talvez assim seja possível entender o que o sr. José Serra quis dizer. Se é que é faz sentido tentar entender.



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SP anuncia 10 mil vagas para professores até setembro e promete outras 50 mil

Ana Okada* Em São Paulo


O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (5) a criação de 10 mil vagas para professores, que devem ser preenchidas por concurso público até setembro. A Secretaria de Educação do Estado ainda promete enviar projeto para a Assembléia Legislativa criando outros 50 mil cargos para docentes - ainda sem data prevista para realização de processo seletivo.

As novas vagas foram prometidas no evento de lançamento do programa Mais Qualidade na Escola - um conjunto de medidas para a educação paulista. Hoje, a rede estadual tem 130 mil professores efetivos e 80 mil temporários.

Entre as ações do programa estão a lei que dispõe sobre o ingresso dos professores, em que são previstos um curso de formação para os aprovados em concurso, a criação de duas novas jornadas de trabalho e a criação de uma prova para os temporários.

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Avaliação de temporários

Na prova para docentes temporários, aqueles com melhores desempenhos terão prioridade para a escolha de turmas. "Resolvemos a questão judicial preservando nossos alunos de ter aulas com pessoas que não foram qualificadas por um exame", afirmou o secretário da Educação, Paulo Renato Souza.

No início do ano, uma prova para professores temporários na rede estadual virou alvo de ações na Justiça. Segundo o governo, o sindicato dos professores não foi ouvido. Mas a secretaria afirma que tem reuniões agendadas. "Creio que a maioria das reivindicações foi atendida, como a manutenção dos direitos dos temporários e a criação de novas vagas", disse o secretário.

Prova para professores ingressantes

O programa lançado prevê a criação de uma escola responsável por oferecer a formação de professores do Estado. Os profissionais que ingressarem na rede terão de passar por um curso, que será feito presencialmente e a distância.

A formação será feita por meio de sistema de cooperação e parcerias com universidades públicas e privadas do Estado. O FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) apoiará a instalação da escola, sediada na rua João Ramalho, com recursos humanos e materiais.

Os custos do programa serão absorvidos pela Secretaria de Educação.

De acordo o secretário da Educação, o novo modelo é "uma mudança profunda, que aproxima a carreira do magistério à carreira pública, que também oferece cursos de formação".

Além disso, foi anunciada a criação de duas jornadas de trabalho distintas para os docentes: uma de 40 horas e outra de 12 horas de trabalho semanais. Segundo a pasta, a de 40 horas visa a que o professor crie vínculos com a instituição de ensino.
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/05/05/ult105u7987.jhtm

Fim do corporativismo

Durante a divulgação do programa, o governador do Estado José Serra disse que muito foi feito em relação à estrutura das escolas, mas pouco se avançou no aprendizado.

Segundo Serra, isso se deve ao "corporativismo exacerbado devido a leis enrijecidas e a inadequação das faculdades de pedagogia". Para ele, o que será feito é "trazer do futuro para o presente os cursos de aperfeiçoamento, com um exame".

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