terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A alma-penada da crise assombra Lula e Mercadante

Alguém se lembra da crise do subprime de 2008? Parece até algo acontecido num passado mais remoto que a crise de 1929, o seu retrato apocalíptico em branco-e-preto. Confiando no esquecimento e numa possível burrice de quem os ouvia, alguns políticos brasileiros espalharam análises apressadas e simplórias, dignas do seu estado intelectual precário.

Talvez a palavra análise não seja a mais adequada para descrever a opinião destes senhores, pois esta se resumiu a uma frase a ser repetida como um mantra por seus seguidores incautos. A tal máxima, proferida pelos senhores Lula e Aloísio Mercadante, era algo como: "a crise do subprime sepultou as teorias de não-intervenção do estado na economia dos países". É claro que Lula entende menos de economia do que futebol, mas esperávamos que o sr. Mercadante, professor universitário e doutor em economia, soubesse que é preciso um pouco de tempo para entender um fenômeno complexo, cujos efeitos são sentidos no médio e até no longo prazos, e que é preciso mais cautela antes de dizer que todo um conhecimento acumulado deve ser atirado ao lixo.

Passados dois anos, a crise arrefeceu mas os seus efeitos perduram nos EUA e na Europa. Para combatê-los, os governos que encharcaram seus mercados financeiros com dinheiro público começam a cobrar pelo serviço de atenuar a crise de uma maneira bastante ortodoxa: o corte de gastos públicos. A mesma providência que Lula e Mercadante acreditaram ter ficado para o currículo da oposição reacionária, causadora da crise através do seu liberalismo selvagem. Nesse momento, os citados políticos mantém o bico calado e a esperança que esta análise econômica se perca no acervo de idiotices que compõem os seus discursos.

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