sábado, 18 de dezembro de 2010

O comunismo tupiniquim

O aumento dos salários congressistas em mais de 60%, o triplo da inflação acumulada no período sem aumentos, é totalmente absurdo e injustificado. Em todo caso, episódios como esse servem para entender como funciona a engrenagem política brasileira. Existe uma política eleitoral feita de palavras e uma política de ações que nada tem a ver com aquele discurso.

Em momentos como esta votação, como em quase todos fora da disputa eleitoral, as divergências ideológicas desaparecem completamente. Vamos ver o chamado PC do B. A ideologia comunista propõe que as diferenças econômicas entre as classes sociais sejam suprimidas. Uma maneira de atingir este intuito é conceder aumentos salariais maiores a quem ganha menos e não o contrário. Eu tenho duas hipóteses para explicar o comportamento do deputados ditos comunistas. A primeira é que talvez os parlamentares comunistas acreditem que a única maneira de forçar a revolta popular que levará ao comunismo seja o agravamento das diferenças econômicas entre as classes e isto levaria à revolta. É claro que esta é uma estratégia de alto risco para o pescoço dos revolucionários de gabinete, pois os revoltosos provavelmente priorizariam a eliminação destas figuras supostamente causadoras da própria revolução. Como brasileiros não são muito afeiçoados ao sacrifício pessoal em prol de outrem, suponho que esta hipótese possa ser afastada.

Uma outra possibilidade seria um nivelamento de classes por cima, e posteriormente os deputados fariam algo para elevar a base da pirâmide social em direção ao seu topo. Qualquer semelhança com a história de primeiro crescer o bolo e depois repartí-lo do ex-ministro Antonio Delfim Netto não me parece mera coincidência. Na verdade é totalmente consistente com uma tradição politica brasileira que remonta ao período imperial. O parlamentarismo às avessas daquele período, onde primeiro se elegiam os políticos e depois fazia-se a eleição é bastante parecido. Os nossos nada criativos marxistas copiaram a idéia e chegaram no comunismo às avessas. Acho que esta explicação faz sentido e corrobora a atuação de figuras como o rastejante Aldo Rebelo, a deputada patricinha Manuela D'Ávila e os demais espertalhões que exploram o nicho do mercado eleitoral formado pelos comunistas que apreciam ser enganados.

Sem comentários:

Enviar um comentário