segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sistema internacional lulista de medidas

Lula diz que a solução dos conflitos no oriente médio passa por um aumento do número de mediadores para as negociações. Digamos que é uma afirmação, no mínimo, temerária. Qual o papel do mediador numa negociação? Aparentemente Lula acha que é pressionar uma das partes a aceitar a proposta do oponente. Ou seja, ao invés de mediar, o árbitro se coloca ao lado de uma das partes envolvidas. Talvez Lula e seus assessores de relações exteriores achem que os EUA tomam o lado israelense e então outros participantes entrariam para auxiliar os palestinos. Algo que pode não estar totalmente errado, mas a solução proposta pela entrada de mais mediadores certamente não mudará o quadro.

Idéias como esta são comuns na visão que o PT e outros esquerdistas têm das relações internacionais. Se tal fato se materializasse, seria uma reedição da guerra fria, onde americanos e soviéticos disputavam a influência sobre países politicamente instáveis. Este tipo de política internacional interessa apenas aos governantes brasileiros ávidos de poder fora das fronteiras do seu estado e aos EUA, naturalmente. Afinal, os americanos não têm adversário militar e nunca vão ceder à pressão de quem quer que seja. Os povos dos estados envolvidos em tal negociação são os menos interessados. Primeiro pois normalmente tais populações são mantidas em estado de guerra ou de autoritarismo pelos seus próprios compatriotas, segundo pois os seus defensores externos os utilizarão como objeto de disputas comerciais e e políticas entre os mediadores que nada têm a ver com o conflito particular. Ou seja, tal mediação não leva à solução de nenhuma disputa entre partes, pois a solução é totalmente desinteressante aos mediadores, que perderiam uma arena de atuação internacional. Mais uma vez, Lula perde a chance de ficar calado.

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