sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Quércia: pena que não existe inferno

Orestes Quércia, ex-governador de São Paulo, está morto. Seu governo e o de seu continuador, Luiz Antonio Fleury Filho, foram bastante ruins. A indústria automobilística, como sempre, se deu bem: foram muitas estradas para os felizes proprietários de automóveis. O transporte ferroviário continuou seu processo de sucateamento com a deterioração da Fepasa. Por outro lado em seu governo foi construída a hidrovia Tietê-Paraná. Um ponto positivo em contradição com o suposto favorecimento às rodovias, alguém pode argumentar. Entretanto, a tal via fluvial é de pequena utilidade se não estiver acoplada a outros transportes, sobretudo o ferroviário. Ou seja, foi uma obra isolada, de custo elevado, que foi útil na eleição de Fleury mas teve um impacto mínimo na matriz logística do estado. Também não se pode esquecer o caos financeiro que seguiu-se à megalomania destes senhores, com a capacidade de investimento do estado estrangulada durante alguns anos. A venda do Banespa foi necessária para cobrir o rombo gerado pelas obras tocadas sem a devida engenharia financeira. Não que depois da cobertura do rombo algo tenha mudado na política de investimentos do estado, mas o fato é que Quércia foi mais um desta linhagem. Todos costumam ser considerados bonzinhos após a morte; esta é a tradição brasileira, da qual comungo. A morte de Quércia é uma boa notícia e só não é melhor pois não ocorreu há 25 anos, antes da sua eleição para o Palácio dos Bandeirantes.

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