sábado, 8 de janeiro de 2011

Bye Bye, Cartum


Neste domingo ocorre um plebiscito sobre a secessão da região sul do Sudão. Esta região de religiões cristã e animista pretende separar-se do norte predominantemente muçulmano. A foto mostra um dos símbolos da campanha pela separação, uma mão acenando um adeus a Cartum, a capital.

Este tipo de evento sempre suscita uma discussão sobre liberdade, pois o sul sudanês diz-se explorado pelo norte. Países grandes como o Sudão, cujo território é cerca de 30% do brasileiro, são melhor descritos como um império que como uma república: um determinado grupo controla o estado, cujo interesse não é o bem-estar da população, mas sim o enriquecimento deste e dos seus controladores. Esta situação é mais difícil de ser mantida em estados pequenos, onde a população está mais próxima dos governantes.

O Brasil possui uma analogia com a situação sudanesa. Como tal, é um país imenso, com muitas realidades diferentes e um povo cuja única identidade é a língua. As dimensões do país desfavorecem o contado da população com os seus representantes, que consideram-se uma espécie de nobreza. Nesse sistema político, as populações nunca estão satisfeitas. Os estados mais ricos dizem sustentar os mais pobres e estes se dizem explorados pelos mais ricos, um paradoxo onde todos se dizem explorados, mas na realidade todos são vítimas de um único explorador: os políticos. Quem sabe um dia as populações dos estados brasileiros poderão tomar consciência da sua condição de explorados e dar um adeus semelhante à Brasília.

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