segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Tunísia não é logo ali

Há cerca de um mês, um verdureiro tunisiano ateou fogo ao corpo após ter seus produtos confiscados. Um gesto desesperado ante o enorme desemprego que assola a Tunísia. Este ato foi precursor de uma onda de protestos que culminou com a renúncia do ditador do país, Ben Ali. Para o blogueiro Gustavo Chakra, o governo teria sobrevivido se tivesse um inimigo externo para culpar. Ou seja, segundo a hipótese do sr. Chakra, se tivesse um inimigo externo, o governo tunisiano poderia dizer que o causador do desemprego, e também do suicídio do verdureiro, é o imperialismo americano, ou talvez o neoliberalismo, ou a globalização, ou algo parecido. Depois desta explicação bastante plausível, os cidadãos pacificamente retornariam às suas casas. A este texto, eu escrevi o seguinte comentário:

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14/01/2011 - 17:05
Enviado por: Sergio Giardino

Esta hipótese de que o governo caiu pois o ditador não tinha nenhum governo externo para culpar pelos problemas internos é no mínimo, leviana. Ridículo acreditar que pessoas insatisfeitas por estarem desempregadas voltariam a suas casas pacificamente com uma desculpa destas. Melhor se informar direito antes de fazer especulações infundadas.

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A ele, Chakra respondeu:



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14/01/2011 - 17:08
Enviado por: Gustavo Chacra

Sergio, este foi o argumento usado no Irã para realizar contra-manifestações em 2009. E funcionaram bem. Atos gigantes a favor do governo foram convocados. O Ben Ali não poderia agir da mesma forma. E tudo bem você discordar (isso é blog, não tese de PhD), mas seja um pouco mais educado

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Ou seja, escrever num blogue nos dá o direito de propagar idéias equivocadas, afinal, blogue não é tese de doutorado. Além disso, quando o blogueiro escreve algo errado, nós podemos "discordar", mas nunca dizer: "está errado", pois isto constitui uma violação das regras do convívio social.




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